Greenpeace. Uma organização voltada para salvar o planeta, que realiza
ações espetaculares e conta com donativos de mais de 30 celebridades de
Hollywood e da música pop (Madona e Paul McCartney entre eles). Precisa de mais
alguma coisa para se tornar ela mesma uma celebridade, uma das ONGs mais
queridas do mundo e encanto de uma juventude desiludida com o mundo corporativo
e político?
O movimento ambientalista não surgiu por acaso. Muito menos porque o
planeta está em perigo. Independentemente do movimento verde, a Terra está cada
vez mais limpa principalmente em países com regimes democráticos. China,
atualmente, e URSS, no passado recente, são os campeões da poluição. O problema
é que estamos infestados de alarmistas: animais em risco de extinção, planeta
em perigo, crianças abandonadas, mulheres que apanham... O que acontece se isso
não ocorre, deixa de ocorrer ou se percebe que há outras causas? Simplesmente
um grande número de ONGs deixarão de existir e muitas pessoas perderão seu
sustento. Você já viu alguma ONG cumprir seu objetivo, ou ao menos mostrar que
a situação está melhorando?
Certamente que também não faltam espertos que ganham dinheiro em cima
disso. Mas isso não é o pior. Os supostos benfeitores estragam o meio ambiente.
Enquanto ganham dinheiro no mercado de créditos de carbono, plantam árvores à
força na África deslocando tribos inteiras e afetando o ecossistema. Algumas
técnicas de reciclagem exigem uma conta total de energia suja superior ao que economizam,
isto é, alardeiam reciclagem e poluem o planeta.
No entanto, o que mais preocupa no movimento ambientalista é a visão do
homem como algo intrinsecamente mau, nocivo ao planeta, à fauna e à flora. O
ser humano é um vírus (aliás, para eles os vírus são bons, apenas o homo
sapiens merece o título negativo). Em termos mais práticos, os ambientalistas
defendem uma pauta que, se posta em prática, levará milhões de pessoas ao
desemprego, a carência de alimentos, remédios, energia e à morte. Isso não é
exagero: a construção de um porto no litoral do Paraná para escoar a produção
aviária foi suspensa porque uma ambientalista norte-americana veio dizer que
ali se acasalavam uns golfinhos.
Patrick Moore é um dos fundadores do Greenpeace, que teve seu começo nos
anos 1970. Muitos anos depois ele decidiu continuar sua luta pelo meio ambiente
fora da organização. “Para preservar a imagem da organização que enfrenta o sistema,
o Greenpeace enveredou pelo radicalismo” – diz Moore em uma entrevista no
Spiked. “Qualquer reinvindicação científica foi abandonada em prol de campanhas
do tipo ‘tolerância zero’. Engenharia genética e energia nuclear tornaram-se o
principal alvo da satanização construída. (...) Eu penso que a falta de uma
demanda viável combinada com uma postura de esquerda antiamericana, antimercado
levou o movimento ambientalista ao impasse em que se encontra atualmente”.
O Greenpeace rejeitou a política de desenvolvimento sustentável
simplesmente porque recusam o próprio conceito de desenvolvimento. Há mais de
20 anos pede o fim da produção e uso do cloro. Baseando-se no fato de que o
cloro em si é toxico, eles exigem sua completa supressão. Ora o cloro
adicionado à água diminui enormemente a mortalidade por cólera e outras
doenças, especialmente entre os mais pobres do planeta. E ainda bem que o cloro
é tóxico, precisamos disso para acabar com as bactérias que podem nos matar.
Não há nenhum grupo ambiental que aceita mineração. De nenhum tipo. Mas
todos eles usam smartphones, viajam de avião e assistem tevês que precisam de
materiais que se encontram nas minas. Invadem plataformas de petróleo usando o
navio que compraram por US$ 32 milhões que se locomove com um motor a diesel de
5 mil hp. Porque não usam velas e remos?
São contra criação de peixes em viveiros para reprodução de peixes e do uso de
tecnologia agrária: como vamos alimentar 7 bilhões de pessoas? Cada um
plantando uma hortinha no apartamento? Talvez seja isso que busquem: alguns
bilhões a menos de pessoas para que, no entender deles, o planeta seja salvo.
O arroz dourado
(Golden rice)
O arroz dourado é um arroz
geneticamente modificado para conter mais Vitamina A. Foi elaborado há mais de
15 anos atrás.
O ser humano necessita
diariamente 750 microgramas de Vitamina A, mas nem todas as substâncias com
vitamina A são absorvidas, então é preciso mais do que isso na forma precursora
do betacaroteno. Também é necessário gordura para absorvê-lo adequadamente e aqueles
em pobreza extrema tem frequentemente pouca gordura para queimar. Assim, o
excesso de ingestão é necessário se você é pobre. Além disso, o organismo precisa
de ferro para dividir o betacaroteno em vitamina A e os mais pobres sofrem de
anemia.
O arroz dourado tem 31
microgramas de vitamina A por grama de arroz. O consumo de arroz na Ásia é, em
média, 103 kg/ano, ou seja, 282 gramas por dia. Se fosse arroz dourado isso
seriam 8.742 microgramas de vitamina A por dia. Para aqueles em situação de
pobreza, o consumo de arroz é um terço da média, cerca de 31 gramas de arroz
por dia, o que lhes daria 2.914 microgramas de vitamina A por dia. Mais do que
necessitam para a saúde deles.
Qual o risco do arroz dourado ser nocivo à saúde? Vitamina
A é tóxica em níveis muito altos, mas o betacaroteno não. O betacaroteno é
composto por duas moléculas de vitamina A que somente são divididas quando o
organismo precisa delas. O máximo que pode acontecer é uma pessoa ficar com a pele
amarelo-alaranjada, o que acontece com quem toma muito suco de cenoura. Para
voltar ao normal, basta reduzir o consumo.
O arroz dourado supõe um grande avanço em termos de
nutrição de pessoas na faixa da pobreza. De acordo com a ONU metade da
população mundial tem deficiência de vitaminas. O arroz representa 72% da dieta
no Bangladesh, Laos e Indonésia e mais de 40% nas Filipinas, Madagascar e Serra
Leoa. De acordo com a Organização Mundial de Saúde entre 250 mil a 500 mil
crianças ficam cegas todos os anos por deficiência de vitamina, sendo que 50%
delas morrem. Vamos supor que esses números sejam exagerados. Diminua 80% se
quiser. Mesmo assim, é muita gente
sofrendo e morrendo. Porque até hoje o arroz dourado não foi usado para
diminuir a mortalidade infantil no sudeste asiático? Porque o Greenpeace não
aprova. Eles são, por princípio, contrários a qualquer alimento geneticamente
modificado. Mas não ficam apenas no protesto. Vão até os camponeses assustá-los
dizendo que suas famílias vão contrair doenças e morrerão. Dão recursos para
outras organizações que não apoiam alimentos geneticamente modificados,
divulgam pesquisas com resultados falsos e insistem em dizer que após 15 anos
ainda não há testes adequados e permanece o risco de intoxicação.
O tema do risco merece uma consideração. Quando de fala da legalização
do aborto nunca se tem em conta o fator risco. Partindo da premissa de que
alguns dizem que o embrião é uma pessoa e outros não, segue-se que há um risco,
uma possibilidade, de que o aborto, mesmo no início da gravidez, seja um
homicídio. O correto seria suspender qualquer aborto até que se tenha certeza absoluta
porque está em jogo uma vida! Agora quando o tema é o risco eventual de que
alguém venha a ficar ligeiramente doente por ingerir um alimento transgênico
então vale o princípio in dubio pro reo?
O arroz dourado é um projeto que nasceu numa parceria público privado
com ajuda de organizações sem fins lucrativos. O custo total do projeto é de
US$ 2,6 milhões. Greenpeace gasta anualmente US$ 270 milhões, sendo que US$ 7
milhões só para enterrar o projeto arroz dourado e qualquer alimento
transgênico. Nas palavras de Patrick Moore, cofundador do Greenpeace “trata-se
de um crime contra a humanidade”.
Deixo agora o leitor com as seguintes perguntas: Porque isso não sai na
grande imprensa, ao menos para ser discutido pela sociedade? Se alguma igreja
fosse contra o uso do arroz dourado, como a grande imprensa trataria o tema?
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