segunda-feira, 23 de outubro de 2017

Especialistas: vão plantar batatas!


A imprensa tem usado com muita frequência “especialistas” para julgar comportamentos. Logo após a manchete, costuma vir “Especialistas criticam...”; “Especialistas apoiam....”. Em geral a opinião dos especialistas vai de encontro ao politicamente correto. Por isso “especialistas apoiam a descriminalização das drogas” e “especialistas criticam colégios que separam meninos e meninas”. Mas o que é um especialista?
Quando temos um problema de saúde e ouvimos um médico especialista sugerir uma cirurgia, vamos atrás de outra opinião. Se dois especialistas concordam, é razoável seguir esse conselho. Se temos um problema estrutural na nossa casa, confiamos na opinião de dois engenheiros civis especializados em estruturas. Mas quando o assunto é na área de humanas, a situação se inverte.
Quando especialistas em cinema criticam muito um filme, pode ir que será bom. Será um filmaço. Quando um consultor recomenda mudar a gestão da empresa, o seu Manoel, dono da fábrica que dá lucro há 30 anos, manda ele plantar batatas. Quando uma psicóloga fala sobre adolescentes e sexualidade, a dona Maria que vê os filhos da própria psicóloga e sabe criar os seus, manda ela plantar batatas. Quando a pedagoga diz que não precisa decorar a tabuada, dona Maria manda ela plantar batatas.
As pessoas têm sentido comum. Uma pessoa que trabalha, se sustenta e cria filhos, mesmo analfabeta e ignorante, tem um enorme sentido comum. Percebe o que funciona e o que não funciona. Não são tontos.  Por outro lado, o especialista muitas vezes se aferra a ideologias que circulam na universidade, amparado em estudos destorcidos, alheios à realidade da vida. Por isso, seu Manoel e dona Maria não tem o menor reparo em ouvir o conselho desses especialistas e dizer: “Vossemecê, pode ter diploma, mas não sabe criar filhos. Vossemecê pode ir plantar batatas!”

A imprensa, ao transformar especialistas em instrumentos do politicamente correto, está dando um tiro no pé. Perde credibilidade. “Dotô, a gente é inguinorante, mas num é besta, não!”

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